domingo, 16 de novembro de 2008

Poema da adolescência (17 anos)

Suprema excelência do Amor
(S. Paulo em I aos Coríntios XIII)

Se eu não tivesse o amor que exalta e que perdoa,
Ainda que eu falasse a língua eloquente
Dos homens ou dos anjos,... seria simplesmente
Como o sino que tine ou o metal que soa...

Sem amor, até mesmo o dom da profecia
É um dom apagado, morto, sem beleza;
Sem amor, possuindo a imensa grandeza
Da Fé que transpõe montes,... eu nada seria...

Mesmo dando o meu corpo ao fogo punidor,
Que proveito teria a alma insatisfeita?
De que serve dar duma forma imperfeita
Se não há gesto meu que exceda o próprio amor?

É um sentimento de anjo,... ignora a vaidade
É sofredor, benigno, não suspeita, não inveja,
Não busca a injustiça, e dos lábios deseja
Somente a juvenil frescura da Verdade.

O amor sabe esperar, o amor sabe sofrer,
O amor tudo suporta e crê, não é leviano;
Púdico, carinhoso, o amor não é profano
Originou a alma, a religião, o ser...

Nem a Fé ou Esperança o chegam a atingir,
Calar-seá a língua, a ciência findará.
Mas o lume do Amor, quem o apagará?
Fogo aceso por Deus, não se pode extinguir!

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